domingo, 25 de dezembro de 2011

O Natal de sempre

O 25 de dezembro tem vários sentidos históricos, muitos afirmam que era uma data "pagã, podendo ser de origem solar... A Saturnal dos Romanos a precedia" (Nelson's Encyclopedia); ou ainda a data "da antiga festa Romana em homenagem ao Sol" (celebrando o nascimento do deus-Sol), segundo a American Encyclopedia; "A Saturnal era uma festa de prazeres desenfreados... A data do Natal foi fixada na mesma época" (M de Beugnot - História, Vol 2, pág 265); "A Igreja... voltando ao paganismo... precisava ter suas festas, e acabou por dar nomes cristãos às festas pagãs já existentes... identificando o Natal à pior das festas pagãs... fixaram para aquela data o nascimento de Cristo. (Aquela data) representava um dos piores princípios do paganismo -- o poder reprodutivo da natureza... A Igreja criou as festas chamadas cristãs, para substituir as pagãs... paganizando o Cristianismo... a fim de manter satisfeitas as mentes carnais do povo" (J. N. Darby - Col. Writtings, Vol. 29); Agostinho registrou que o povo estava tão determinado a ter festas que o clero se sujeitou a isso!

Já nos dias de hoje que antecedem o Natal, ouvimos os mais variados conceitos, comentários a respeito da data. Alguns dirão que foi descaracterizado por uma invasão comercial, que só busca dar sentido capitalista, da gastança no que seria uma festa de confraternização, de solidariedade; outros dirão que não existe mais sentido para comemoração alguma, pois as famílias estão desagregadas, desconfiguradas; ainda há os que afirmam que virou uma data de celebração da hipocrisia, uma vez que muitos participam dos tais amigos secretos, mas que, em verdade, não guardam amizade alguma ao tal sorteado, muitas vezes até inimigos ocultos. E por aí vai. Realmente, todas essas considerações têm a sua extensão de verdade, mas será que, ainda assim, não vale a pena ter uma data onde, pelo menos, no ano, ficamos mais tocados para sermos sensíveis, mais caridosos?

Já em 1901, o escritor Machado de Assis, ao publicar o seu livro Poesias Completas, registrava a sua indignação com os rumos que tomavam as festa natalinas. Em o seu poema Soneto de Natal ele pergunta: Mudou o Natal, ou mudei eu?

A verdade, então, é que precisamos compreender que é da natureza social humana, com o passar do tempo, estar sempre em processo de mudança, de acordo com os novos valores de sua época, novos costumes são agregados... É a dinâmica da própria vida, e neste processo estaremos sempre perdendo e ganhando valores de comportamento, onde também estaremos sempre registrando que antigamente... no meu tempo... Ora, assim é e continuará sendo. Caberá, no entanto, a cada um de nós não deixar escapar por entre as lidas atuais os princípios de valor que julgamos essenciais ao nosso bem estar emocional.

Continua, entendo, valendo a pena desejar Feliz Natal!

Autor: José Medrado - Presidente e Fundador do complexo Cidade da Luz
Publicado na Coluna Religião - Jornal A Tarde

domingo, 18 de dezembro de 2011

Significado do Natal

Só para lembrar...
Papai Noel, panetone, peru... Tudo isso pode fazer com que esqueçamos do significado da data: o aniversário de Jesus.

Convide Jesus para a festa e divirta-se!
Feliz Natal para todos!!


domingo, 11 de dezembro de 2011

Ser gente é ser pessoa

Ser pessoa é existir em todas as dimensões do ser humano: biológica, social, psicológica e espiritual (principalmente nessas duas últimas que são interiores).

Nós existimos à medida que perseguimos valores, metas, ideais que nos atraem e nos impelem a ‘gastar’ a vida, a autotranscender-nos, a doar-nos, a sair de nós mesmos para uma missão maior que nós mesmos.

O ser humano é um ser bio-psico-sócio-espiritual, segundo a Antropologia e Ontologia aceita pela Análise Existencial e Logoterapia de Viktor Emil Frankl.

A dimensão biológica ou somática abrange toda a materialidade corpórea de que somos constituídos, o corpo com seus vários sistemas: circulatório, respiratório, digestivo, endocrinológico, neurológico, e outros.

A dimensão psíquica compreende os aspectos da personalidade do indivíduo, ou seja, a maneira com a qual ele recebe e administra o conjunto das emoções, sensações, percepções, impulsos, instintos, desejos, memória, comportamentos adquiridos, etc.

A dimensão social diz respeito ao relacionamento que estabelecemos com as pessoas e as coisas, relações sócio-econômicas, costumes sócio-culturais, relacionamento opressor x oprimido, relacionamento comunitário, sistemas sociais e seus condicionamentos, etc.

A dimensão noética, espiritual ou existencial está situada além do psico-físico, numa visão mais ampla que inclui o espiritual não apenas como dimensão religiosa, mas também moral (ética), intelectual (cognitiva) e artística (estética).

Desde a concepção, recebemos inúmeras contribuições biológicas, psicológicas e sociais, sejam gravadas geneticamente e reelaboradas no processo educativo, sejam adquiridas no convívio social. O espírito é a única contribuição que não se recebe por via genética, nem pode ser adquirida no convívio social; recebe-se no momento da concepção. Viktor Emil Frankl, com grande perspicácia, descobriu a religiosidade em estado latente no interior do sujeito, muitas vezes só revelada através da análise de sonhos, inclusive de pessoas irreligiosas ou ateias. É a esta tendência inconsciente para Deus que Frankl chamou de estado inconsciente de relação com Deus ou “presença ignorada de Deus”.1

Quando assumimos a presença e o senhorio de Jesus Cristo em nossas vidas e desenvolvemos um relacionamento pessoal com Deus, ouvindo o Senhor que nos fala na voz da consciência, todo o nosso ser entra em harmonia e a nossa pessoa interior começa a governar nossa personalidade e somos capazes de ser nós mesmos, centralizados, irradiando tranquilidade e paz.2

A Personalidade é a organização dinâmica, no interior do indivíduo, de sistemas psicofísicos que se manifestam em sua conduta e em seu pensamento característico, e possui um centro estável chamado Pessoa (que persegue finalidades imanentes e transcendentes).

A Pessoa refere-se à essência do ser humano, àquilo próprio, específico dele. Constitui o centro da personalidade, a existência. Dá integração e autenticidade ao ser humano. O “Eu = Pessoa” é portador de propriedades incomunicáveis, é capaz de autoconsciência e persegue fins que podem superar a si mesmo e à sua espécie.

Em condições normais, a Pessoa governa o seu meio íntimo, governa a sua personalidade, para responder à vida. A personalidade é o veículo pelo qual se move a pessoa.

Os seres humanos desajustados são mal-humorados, descentralizados de sua pessoa, ficam dependentes de outras, esperando algo de fora. Quando uma pessoa é centrada em si mesma, ela traz a identidade do que é e reflete essa identidade, irradia para fora essa harmonia interior em sua linguagem, gestos, tornando-se bonita e expressiva. Isto é ser eu mesma, SELF, ser Pessoa, ser verdadeiramente ‘eu sou’!

Só após ser pessoa conseguimos amar, saindo de nós mesmos, amando gratuitamente, correndo todos os riscos de sofrer pela felicidade da pessoa amada, sem esperar nada em troca; então, somos da mesma natureza de Deus que é Amor e temos maturidade psicológica afetiva ¾ capacidade de autotranscendência de ser humano.

1“A Logoterapia, portanto, é uma psicologia que, sem perder o rigor científico, introduz a noção de transcendência na ciência do homem. Vai além da imanência, rumo à transcendência, transformando-se numa mensagem libertadora do ser humano, ao libertá-lo dos determinismos, tanto psicológicos como sociais” (Frankl, Viktor E., A Presença Ignorada de Deus, p. 9).

2“Quando começamos a tentar obedecer a Deus, Ele se torna para nós muito pessoal, não apenas uma vaga força. Nossa idéia Dele muda. Então, na medida em que Ele nos mostra as profundezas da nossa personalidade, profundezas boas e más, nossa idéia de nós mesmos muda. Descobrimos que não conhecemos a nós mesmos muito bem. Na medida em que decidimos existir Nele, Ele começa a ajuntar os nossos pedaços espalhados, dos quais estávamos separados”. (Payne, Leanne, A Imagem quebrada: Restaurando a Integridade Pessoal através da Oração de Cura, 1981, p. 138.

VILLARES, Juracy. Ser gente é ser pessoa. In.: Comunidade Missionária Santíssima Trindade. Disponível em: <http://www.cmsantissimatrindade.org.br/canais.asp?cod=59&cat=6> Acesso em: 14/04/08.

Encontrei esse texto nos meus arquivos e voltei a me apaixonar por ele. Espero que gostem!!