domingo, 26 de agosto de 2012

Vergonha

Vivemos cercados por uma atmosfera de culpa. Nos sentimos culpados por tudo que há de autentico em nós: por nosso salário, nossas opiniões, nossas experiências, nossos desejos ocultos, nossa maneira de falar – nos sentimos culpados até mesmo por nossos pais e nossos irmãos.

E qual o resultado? Paralisia. Ficamos com vergonha de fazer qualquer coisa que seja diferente do que os outros estão esperando de nós. Não expomos nossas ideias, não pedimos nem mesmo algo que precisamos muito. E justificamos isto, dizendo: “Jesus sofreu, e o sofrimento é necessário”.

Jesus atravessou muitas situações de sofrimento, mas jamais procurou permanecer nelas. Não se pode ocultar a covardia com desculpas deste tipo, senão o mundo inteiro não segue adiante.

Autor: Paulo Coelho

domingo, 19 de agosto de 2012

Monismo


O termo monismo, que significa literalmente doutrina da unidade, foi cunhado no século XVIII pelo pensador alemão Christian Wolff e, posteriormente, vulgarizado por Ernst Haeckel e Wilhelm Ostwald.

Monismo é a teoria filosófica que toma como base de todo ser uma única substância ou uma única espécie de substância. Opõe-se ao dualismo e ao pluralismo, pois reduz as relações a um princípio fundamental, único ou unitário, que tudo explica e contém.

Encontram-se concepções monistas na filosofia hindu, no pensamento chinês e na filosofia grega, desde a pré-socrática até a pós-clássica. A nota comum entre todos os sistemas monistas é a redução de todas as coisas e princípios à unidade, quer quanto à substância (monismo ontológico, metafísico ou religioso), quer quanto às leis lógicas ou físicas (monismo lógico ou gnosiológico), ou quanto às bases do comportamento moral (monismo ético).

Para o hilozoísmo grego, toda matéria é viva, ou em si mesma ou porque participa da alma do mundo. Compartilham essa concepção Tales de Mileto, Anaximandro, Heráclito, Parmênides, Demócrito, Epicuro e Lucrécio. O hilozoísmo se manifesta ainda na física dos estóicos, para quem o pneuma, composto de ar (substância fria) e fogo (substância quente), é o princípio de todas as coisas.

Depois do Renascimento, o monismo ontológico ou religioso encontrou um de seus maiores pensadores no italiano Giordano Bruno, para quem Deus, suprema unidade de todas as coisas, se confunde com a natureza, de que é vida, força e matéria. Outro monista foi o holandês Baruch de Spinoza, defensor da ideia segundo a qual espírito e corpo são atributos da substância divina, sendo Deus e a natureza a mesma coisa. A monadologia de Leibniz representa um monismo espiritualista, também cabível a Berkeley e a Rudolf Hermann Lotze. No monismo materialista, em oposição, incluem-se Thomas Hobbes, John Toland, Dietrich Holbach, Pierre Maupertuis e Diderot, também hilozoístas. Na passagem para o século XIX, Herder e Goethe representaram um monismo panteísta, como o de Bruno e Spinoza.

Com Haeckel, o monismo como sistema filosófico materialista prevaleceu sobre as tendências idealistas no pensamento contemporâneo. No Brasil, a difusão das ideias de Haeckel se deu por meio da chamada escola de Recife, com Tobias Barreto e seus discípulos. Dentro do monismo naturalista, à maneira de Haeckel, inclui-se ainda a doutrina de Ostwald, para quem a única e última realidade é a energia.

domingo, 12 de agosto de 2012

Origem do Dia dos Pais

O Dia dos Pais teve origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão para o Dia dos Pais com mensagens em que desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai.

Em 1909, a data surgiu nos Estados Unidos por Sonora Luise motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional, oficializada em 1972 pelo então presidente Richard Nixon, sendo comemorada sempre no terceiro domingo do mês de junho.

No Brasil, o Dia dos Pais surgiu em meados da década de 50, pelo publicitário Sylvio Bhering celebrada inicialmente no dia 28 de fevereiro, dia em que comemora-se o dia de São Joaquim, patriarca da família e, segundo a tradição da igreja católica, também o Dia do Padrinho. Atualmente, o Dia dos Pais é comemorado sempre no segundo domingo do mês de agosto.

A Paternidade

Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Parte Segunda – Capítulo 10 - "Ocupações e missões dos espíritos", encontramos a seguinte explicação sobre a paternidade:

582 - Pode se considerar como missão a paternidade?

"É, sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro. Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter de seu filho. Se esse fracassa por erro deles, carregarão a pena e os sofrimentos do filho na vida futura, que recairão sobre eles, porque não fizeram o que deles dependia para seu adiantamento no caminho do bem".

Segundo o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz, através da psicografia do médium Chico Xavier a paternidade vai além da missão de educador; é abordada com enfoque maior ao progresso moral, como evidencia o trecho a seguir [...] "A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o Espírito reencarnado na Terra, pois através dela a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza" [...]

A paternidade, segundo o espiritismo, significa receber preciosos talentos, que conforme o ensino da Parábola dos Talentos encontrada em O Evangelho de Mateus (25:14-29), devem ser movimentados com inteligência para que produzam os juros devidos, ou seja, o adiantamento daqueles por cuja educação nós tenhamos sido responsáveis, é o momento de transição em que o homem deixa de ser filho para ser pai, com responsabilidades com um outro ser.

José Herculano Pires aborda a questão da paternidade num enfoque maior à responsabilidade de educar em bases cristãs:

“A Educação Cristã reformou o mundo, mas os homens a complicaram e deturparam. A consciência do pecado pesou mais nas almas do que a consciência da libertação em Cristo. Tomás de Aquino ensinou: ´... Mães, os vossos filhos são cavalos! ´ Educar transformou-se em domar, domesticar, subjugar. A repressão gerou a revolta e reconduziu o mundo ao ateísmo e ao materialismo, à loucura do sensualismo. A Educação Espírita é a Renascença da Pedagogia Cristã. É nela que o exemplo e o ensino do Cristo renascem na Terra em sua pureza primitiva. Precisamos reformar os nossos conceitos de educação à luz dos princípios espíritas e dos grandes exemplos históricos. Dizia uma grande figura espiritualista inglesa, Annie Besant6, que cada criança e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e endereçados ao futuro. Aprendemos a respeitar essas mensagens divinas. Lembremo-nos de nossa própria infância e se por acaso verificamos que nossa mensagem se perdeu ao longo da existência, que nosso plano divino foi prejudicado pelos homens, pelos maus exemplos e pelos ensinos falsos, juremos perante o nosso coração que havemos de evitar esse prejuízo para as novas gerações. Pais, sejamos mestres! Mestres, sejamos pais! Que cada rostinho de criança aberto à nossa frente, como uma flor que desabrocha, nos desperte no coração o melhor de nós mesmos, o impulso do amor. Que cada adolescente, na sua inquietude e na sua irreverência - jovem ego que se afirma pela oposição ao mundo - não provoque a nossa compreensão e a nossa ternura. Para domar o potro precisamos de sela e das esporas, mas para educar o jovem só necessitamos de amor. A educação espírita como no lar como uma fonte oculta e deve ganhar a planície como um rio tranquilo em busca do mar” (PIRES, J. Herculano - Pedagogia Espírita, Edicel, 1985).

1Sonora Louise Smart - (Arkansas), filha do agricultor William Jackson Smart e sua esposa Victoria Ellen Cheek Smart,membro da artilharia First Light Arkansas que lutou na 1862 Batalha de Pea Ridge, durante a Guerra Civil.

2 Sylvio Bhering - Publicitário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Propaganda, ajudou a criar o código de ética da propaganda.

3 André Luiz - Médico sanitarista (século XX – Rio de Janeiro), segundo suas próprias palavras, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que "a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade".

4 José Herculano Pires (1914 – 1979) – Jornalista, filósofo, educador e escritor espírita, nasceu em Avaré, interior de São Paulo.

5 Tomaz de Aquino - Roccasecca, (1225-1274) foi um padre dominicano, filósofo e teólogo de Fossanova, 6 Annie Wood Besant – (1847-1933), Teósofa, militante socialista de Londres.

domingo, 5 de agosto de 2012

AHINSA

Ahinsa é uma qualidade positiva e dinâmica de amor universal, e não uma simples atitude de não violência. Aquele que a desenvolve, vive rodeado de uma invisível aura carregada de amor e compaixão, embora não os expresse ao nível emocional.

Uma vez que o amor é o poder que liga em união espiritual a todos os fragmentos separados da vida una, qualquer indivíduo imbuído de semelhante amor está internamente afinado com todas as criaturas viventes e, automaticamente, as inspira em confiança e amor.

Autor: Dr. I. K. Taimini, em “A Ciência da Ioga”

Concorda??