O
termo monismo, que significa literalmente doutrina da unidade, foi cunhado no
século XVIII pelo pensador alemão Christian Wolff e, posteriormente,
vulgarizado por Ernst Haeckel e Wilhelm Ostwald.
Monismo
é a teoria filosófica que toma como base de todo ser uma única substância ou
uma única espécie de substância. Opõe-se ao dualismo e ao pluralismo, pois
reduz as relações a um princípio fundamental, único ou unitário, que tudo
explica e contém.
Encontram-se
concepções monistas na filosofia hindu, no pensamento chinês e na filosofia
grega, desde a pré-socrática até a pós-clássica. A nota comum entre todos os
sistemas monistas é a redução de todas as coisas e princípios à unidade, quer
quanto à substância (monismo ontológico, metafísico ou religioso), quer quanto
às leis lógicas ou físicas (monismo lógico ou gnosiológico), ou quanto às bases
do comportamento moral (monismo ético).
Para
o hilozoísmo grego, toda matéria é viva, ou em si mesma ou porque participa da
alma do mundo. Compartilham essa concepção Tales de Mileto, Anaximandro,
Heráclito, Parmênides, Demócrito, Epicuro e Lucrécio. O hilozoísmo se manifesta
ainda na física dos estóicos, para quem o pneuma, composto de ar (substância
fria) e fogo (substância quente), é o princípio de todas as coisas.
Depois
do Renascimento, o monismo ontológico ou religioso encontrou um de seus maiores
pensadores no italiano Giordano Bruno, para quem Deus, suprema unidade de todas
as coisas, se confunde com a natureza, de que é vida, força e matéria. Outro
monista foi o holandês Baruch de Spinoza, defensor da ideia segundo a qual
espírito e corpo são atributos da substância divina, sendo Deus e a natureza a
mesma coisa. A monadologia de Leibniz representa um monismo espiritualista,
também cabível a Berkeley e a Rudolf Hermann Lotze. No monismo materialista, em
oposição, incluem-se Thomas Hobbes, John Toland, Dietrich Holbach, Pierre
Maupertuis e Diderot, também hilozoístas. Na passagem para o século XIX, Herder
e Goethe representaram um monismo panteísta, como o de Bruno e Spinoza.
Com
Haeckel, o monismo como sistema filosófico materialista prevaleceu sobre as
tendências idealistas no pensamento contemporâneo. No Brasil, a difusão das ideias
de Haeckel se deu por meio da chamada escola de Recife, com Tobias Barreto e
seus discípulos. Dentro do monismo naturalista, à maneira de Haeckel, inclui-se
ainda a doutrina de Ostwald, para quem a única e última realidade é a energia.
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