domingo, 20 de maio de 2012

Especial Religiões IV: Hinduísmo

Denominação do conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas que surgiram na Índia, a partir de 2000 a.C. O termo é ocidental e é conhecido pelos seguidores como Sanatana Dharma, do sânscrito (língua original da Índia), que significa "a ordem permanente". Está fundamentado nos quatro livros dos Vedas (conhecimento), um conjunto de textos sagrados compostos de hinos e ritos, no Século X, denominados de Rigveda, Samaveda, Yajurveda eArtharvaveda. Estes quatro volumes são divididos em duas partes: a porção do trabalho (rituais politeístas) e a porção do conhecimento (especulações filosóficas), também chamada de Vedanta. A tradição védica surgiu com os primeiros árias, povo de origem indo-européia (os mesmos que desenvolveram a cultura grega) que se estabeleceram nos vales dos rios Indo e Ganges, por volta de 1500 a.C.

Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu carma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela ioga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.

Nos cultos védicos, os pedidos mais solicitados aos deuses são vida longa, bens materiais e filhos homens. São várias as divindades. Agni é o pai dos homens, deus do fogo e do lar. Indra rege a guerra. Varuna é o deus supremo, rei do universo, dos deuses e dos homens. Ushas é a deusa da aurora; Surya e Vishnu, regentes do sol; Rudra e Shiva, da tempestade. Animais como a vaca, rato, e serpentes, são adorados por serem possivelmente, a reencarnação de alguns dos familiares. Existe três vezes mais ratos que a população do país, os quais destroem um quarto de toda a colheita da nação. O rio Ganges é considerado sagrado, no qual, milhares de pessoas se banham diariamente, afim de se purificar. Muitas mães afogam seus filhos recém-nascidos, como sacrifício aos deuses.

Os brâmanes (sacerdotes) criaram o sistema de castas, que se tornou a principal instituição da sociedade indiana. Sem abandonar as divindades registradas nos Vedas, estabeleceram Brahma como o deus principal e o princípio criador. Ele faz parte da Trimurti, a tríade divina completada por Shiva e Vishnu. De acordo com a tradição, Brahma teve quatro filhos que formaram as quatro castas originais: brâmanes (saídos dos lábios de Brahma), são os sacerdotes considerados puros e privilegiados; os xátrias (originários dos braços de Brahma), são os guerreiros; os vaicias (oriundos das pernas de Brahma), são os lavradores, comerciantes e artesãos; e sudras (saídos dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias são pessoas que não pertencem a nenhuma casta, por terem desobedecido leis religiosas. Estes não podem viver nas cidades, ler os livros sagrados nem se banharem no Rio Ganges.

As características principais do hinduísmo são o politeísmo, ioga, meditação e a reencarnação. Estima-se que atualmente existam mais de 660 milhões de adeptos em todo o mundo, com um panteão de 33 milhões de deuses e 200 milhões de vacas sagradas. Todo gado existente na Índia, alimentaria sua população por cinco anos, entretanto, a fome é devastadora no país por causa da idolatria.

Tudo é Deus, Deus é tudo: o hinduísmo ensina, como no Panteísmo, que o homem está unido com a natureza e com o universo. O universo é deus, e estando unido ao universo, todos são deuses. Ensina também que este mesmo deus, é impessoal. Muitos deuses adorados pelos hindus são amorais e imorais.

O mundo físico é uma ilusão: no mundo tridimensional, designada de maya, o homem e sua personalidade não passa de um sonho. Para se ver livre dos sofrimentos (pagamento daquilo que foi feito na encarnação passada), a pessoa deve ficar livre da ilusão da existência pessoal e física. Através da ioga e meditação transcedental, a pessoa pode transceder este mundo de ilusões e atingir a iluminação, a liberação final. O hinduísmo ensina que a ioga é um processo de oito passos, os quais levam a culminação da pessoa transcender ao universo impessoal, no qual o praticante perde o senso de existência individual.

A lei do carma: o bem e o mal que a pessoa faz, determinará como ela virá na próxima reencarnação. A maior esperança de um hinduísta é chegar no estágio de se transformar no inexistente. Vir ser parte deste deus impessoal, do universo.

Disponível em: http://www.sepoangol.org/hindu.htm

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