Paulo
– 1 Coríntios.
Classifico como
interessantes alguns chamados que nós palestrantes (oradores, tribunos e afins)
espíritas recebemos para realizações de trabalhos em algumas casas – poucas,
é bem verdade – que têm uma forma sui
generis de conduzir as suas tarefas. Refiro-me ao incômodo que sinto nos
convites feitos pelas instituições do tipo citado anteriormente: parece que
querem um robô repetidor de palavras, uma espécie de marionete.
Algumas vezes recebemos
e-mails ou telefonemas que, além dos convites, trazem instruções para que
sigamos o material de pesquisa disponibilizado, tendo o cuidado de não fugir um
milímetro. Enviam, outras vezes, a palestra praticamente pronta, sob o pretexto
ora intrínseco, ora declarado de não correr o risco de ser abordado aquilo que
“o público” não se interessa em ouvir.
Penso eu, alguém me corrija
se estiver equivocado, que quando somos gentilmente convocados por estas
instituições é por dois motivos básicos: ou trata-se de um teste para saber se
o nosso conteúdo é condizente com os postulados da doutrina kardequiana; ou é
pelo fato de já terem nos assistido anteriormente e, de alguma forma, comprovarem
que já apresentamos condições para falar nesta ou naquela casa.
Nós, palestrantes, intimoratos
que sobem nos palanques da vida sabendo estarmos propensos a todo tipo de
julgamento (construtivos ou maldosos), devemos estar sempre muito agradecidos
com tais oportunidades. Não podemos esquecer que os maiores beneficiados, antes
dos que escutam, são os que falam, justamente pelo fato de termos a preocupação
e o bom senso de pesquisar, estudar, ler, reler o trabalho proposto até que
estejamos prontos para o desiderato cristão. Pelo menos é o que se espera
daqueles responsáveis com a tarefa de divulgação do Espiritismo.
Peço perdão aos que, por
algum motivo, se ofenderem – natural em nós, criaturas humanas frágeis – contudo
sinto-me, verdadeiramente, invadido por esse tipo de conduta.
Aos dirigentes, diretores,
coordenadores, consultores, etc., doutrinários (função que exerci com muita
honra e gratidão durante dois anos no Centro Espírita Lar João Batista[i]) solicito um pouco mais de
cuidado e, por que não dizer, respeito com quem convida para as reuniões
doutrinárias.
Acredito ser absolutamente lícita
a preocupação com o que se é propagado em nome do Espiritismo, inclusive por
perceber que alguns de nós, de forma leviana e personalista, incluímos no trabalho
conceitos outros que fogem da proposta da doutrina, mas seria conveniente?
O departamento doutrinário,
para quem ainda não percebeu, é o mais importante de uma instituição espírita
comprometida com a mensagem consoladora que nos cabe, mas chegar ao ponto de
orientar que seja feito assim ou assado, que seja dito isto ou aquilo, é realmente
demais para mim. Fico imaginando qual será o próximo passo... Seria dizer a
roupa que devemos nos apresentar? Oremos!
Não nos esqueçamos de Leon
Denis quando afirmou num passado não muito distante: “O Espiritismo será o que
dele fizerem os homens”[ii]. Reflitamos sobre o que
estamos fazendo da Doutrina Consoladora.
Abraços fraternais.
Ivan Cézar
Só Jesus na causa (e na casa!), vc diria? Boa reflexão.
ResponderExcluirMas vamos em frente, que a causa é do Cristo.
Abração.
Chico Muniz